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sábado, 3 de setembro de 2011
A Igreja Proibiu a Bíblia ?
Dom Estevão Bettencourt
Ouve-se, por vezes, dizer que a Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia. A resposta há de ser deduzida de um percurso da história. Ora, está averiguado que, nos primeiros séculos, muito se recomendava a leitura do texto sagrado.
Na Idade Média e em épocas posteriores (especialmente no século XVI) surgiram heresias que traduziam a Bíblia do latim para o vernáculo instilando no livro sagrado idéias contrárias à reta fé.
Daí proibições, formuladas por Concílios, de se utilizar a Bíblia em língua vernácula, a não ser que o leitor recebesse especial autorização para fazê-lo.
Ainda no século XIX a Igreja via nas traduções vernáculas da Biblia o canal de concepções heréticas. Todavia a partir do Papa S. Pio X (+1903) deu-se uma volta às fontes, que incluiu a recomendação da leitura da Biblia, por parte de todos os fiéis, em língua vernácula. No momento presente, dado que existem boas edições da Escritura nas línguas vivas, a Igreja fomenta o recurso assíduo à Palavra de Deus escrita e lida no concerto da Tradição da Igreja.
Na Idade Média apareceram correntes dualistas e heréticas que se valiam da Bíblia para apoiar suas concepções errôneas. Tal foi, por exemplo, o caso dos cátaros, avessos à matéria como se esta fosse, por si mesma, má. Em conseqüência, o Concílio de Tolosa (França) em 1229 proibiu o uso de traduções vernáculas da Bíblia. Esta disposição foi retirada pelo Concílio da Tarragona (Espanha) em 1233. A mesma proibição aparece num decreto do rei Jaime I da Espanha em 1235: Ninguém possua em vernáculo os livros do Antigo e do Novo Testamento.
No século anterior, os Valdenses (de Pedro Valdo, Pierre de Vaux) apoiavam-se na Bíblia traduzida para o provençal a fim de negar o purgatório, o culto dos Santos, o serviço militar, o juramento...; só admitiam os sacramentos do Batismo, da Penitência e da Eucaristia.
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